O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta terça-feira (27) a seus apoiadores, em Brasília, que foi obrigado a vetar um projeto que facilitava o acesso a remédios contra câncer por meio dos planos de saúde. "Quando um parlamentar não apresenta a fonte de custeio, se eu sancionar, estou em curso no crime de responsabilidade", justificou.
"Eu veto e apanho porque vetei, por falta de conhecimento do pessoal", disse o presidente.
A proposta do senador José Reguffe (Podemos-DF) foi aprovada em 2020 de forma unânime pelos 74 senadores que estavam na sessão. Na avaliação do Planalto, o texto do projeto poderia comprometer o mercado dos planos de saúde.
"Um pedaço de papel, se não tiver responsabilidade do que está escrito nele, não ajuda em nada a gente. Estou apanhando porque vetei esse projeto, que tratava do câncer, mas o parlamentar não falou quem vai pagar a despesa", disse Bolsonaro, que acusou a proposta de demagógica.
"Se alguém votar o salário miínio de R$ 10 mil, eu sanciono aqui e está resolvido o assunto. É assim que faz?", questionou os apoiadores. "O dinheiro vem de aumentar o imposto ou criar um novo."
Bolsonaro aproveitou o tema para dizer por que também vetou o que chamou de excessos do fundo eleitoral aprovado pela Câmara dos Deputados. A proposta, contida na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) era de R$ 6 bilhões para 2022.
Como costuma fazer todos os dias, o chefe do Executivo reclamou das constantes críticas, "Você apanhar o tempo todo sem motivo, por parte da mídia e algumas autoridades... eles querem a volta da impunidade e da corrupção. Dois anos e meio sem corrupção no governo", exaltou.
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