O coronel da reserva Helcio Bruno de Almeida se negou a dizer nesta terça-feira (10), na CPI da Covid, quem financia a ONG que administra, o Instituto Força Brasil, responsável por aproximar os representantes da Davati do Ministério da Saúde na negociação por vacinas.
Helcio Bruno afirmou apenas que não há um único centavo do governo federal ou de outro setor público.
O Instituto Força Brasil, que defende o presidente Jair Bolsonaro, foi responsável por compartilhar com a Davati o horário que tinha na agenda do Ministério da Saúde em 12 de março de 2021.
Ao ser questionado pelo senador Eduardo Braga (MDB-AM) sobre quem paga as contas de sua entidade, ele respondeu que o dinheiro vem de membros que fazem parte do instituto.
"O Instituto Força Brasil parece ter um custo alto para ser financiado. Se diz que não é o governo federal, diga então quem paga as despesas de sua entidade?", questionou o senador.
"Sobre este assunto, e atendendo à orientação de meus advogados, me reservo o direito de ficar calado", respondeu Helcio Bruno, que recebeu do STF (Supremo Tribunal Federal) uma habeas corpus que lhe permitiu escolher o silêncio como em alguns momentos como resposta para não se incriminar.
O coronel da reserva não quis falar mais sobre o tema. Ele ficou calado também quando a senadora Simone Tebet (MDB-MS) o chamou de negacionista e o acusou de ser responsável por ajudar a matar milhares de brasileiros ao espalhar fake news contra vacinas e a favor do tratamento precoce da covid-19.
"O IFB apoia todas as ações nessa direção, é negacionista. Faça um bem ao país, coronel, tire o instituto do ar para expiar seus pecados."
Pouco antes, Helcio Bruno havia declarado que pretendia deixar a política de lado e se voltar para o lado espiritual.
O coronel, em vários momentos, afirmou que não falaria sobre fake news relacionadas à pandemia.
O Instituto Força Brasil foi investigado na CPMI das Fake News.
Em seu momento de fazer perguntas, o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), citou inúmeras publicações do site do IFB mostrando críticas ao uso de máscaras e das vacinas e notícias como a de que a maioria das pessoas são imunes ao coronavírus.
O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM) afirmou que o militar pode se recusar a dizer quem financia o instituto. "Mas nós vamos descobrir. E não acredito que o STF vai nos proibir de chegar nesse objetivo."
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