Apenas três meses e meio depois do início da retirada das tropas estrangeiras do Afeganistão, e com poucas semanas de combates, o grupo radical Talibã recuperou o controle do país . O grupo extremista já havia governado entre 1996 e 2001. Dia 29 de fevereiro de 2020: o Talibã e os Estados Unidos firmam um histórico acordo em Doha, no Catar. O pacto prevê a retirada completa das tropas estrangeiras para maio de 2021 e os talibãs se comprometem a negociar com o governo afegão e a reduzir os atos violentos. Começam as primeiras negociações de paz diretas entre os insurgentes e o governo afegão, mas a violência continua e se multiplicam os atentados contra jornalistas, juízes, médicos e membros da sociedade civil. Em 1º de maio de 2021 começa de forma oficial a partida dos últimos 2.500 soldados americanos do Afeganistão e 7.000 da Otan. Assim que a retirada é iniciada, combates entre os talibãs e o exército afegão são registrados no sul. E no norte, os rebeldes conquistam o distrito de Burka, na província de Baghlan. Em 2 de julho , as tropas da Otan e os dos Estados Unidos se retiraram da Base Aérea de Bagram, a maior do país. Alguns dias depois, o presidente Joe Biden anuncia que a retirada das tropas seria 'concluída em 31 de agosto'. O avanço talibã se acelera. Dia 6 de agosto , os talibãs conquistam sua primeira capital provincial, Zaranj, no sudoeste do país, e dia 8, Kunduz, uma grande cidade do norte. No dia 12 de agosto , Washington e Londres anunciam o envio de milhares de soldados a Cabul para evacuar os cidadãos. Em dois dias, os talibãs tomam Kandahar, a segunda cidade do país, Lashkar Gah, Pul-i-Alam, a 50 km da capital Cabul, Mazar-i-Sharif, o último bastião do norte que seguia sob controle do governo. Dia 15 de agosto , os talibãs tomam Cabul. O presidente Ashraf Ghani foge e os insurgentes entram sem violência no palácio presidencial. A queda de Cabul causa pânico na capital. Milhares de pessoas correm para o aeroporto, com a esperança de escapar, enquanto os países ocidentais organizam a evacuação de seus cidadãos e de pessoas sob sua proteção. A 'zona verde', que abriga embaixadas e organizações internacionais, fica deserta. E agora é patrulhada por talibãs armados.