A CPI da Covid ouve nesta terça-feira (17) o auditor do TCU (Tribunal de Contas da União) Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques, responsável por um suposto estudo que indicaria supernotificação de mortes por covid-19 no ano passado.
O tal estudo foi usado pelo presidente Jair Bolsonaro em junho em conversa com apoiadores em Brasília. Segundo ele, estaria provado que somente 50% das mortes haviam ocorrido por causa da infecção pelo coronavírus.
Pouco depois o presidente teve que admitir que não era um estudo do TCU, mas sim apontamentos de um de seus auditores. Mesmo assim, o presidente continuou repetindo que havia dúvidas sobre a veracidade do diagnóstico de covid em muitos dos óbitos registrados no país.
O TCU desmentiu imediatamente que tenha produzido o documento, indicando que o texto seria uma análise pessoas de Alexandre Marques. O servidor foi afastado do cargo por 60 dias.
Marques prestou depoimento em julho à comissão constituída no TCU para investigar a conduta do servidor no caso. Na ocasião, ele teria afirmado que o documento foi alterado após o envio a Bolsonaro. O servidor esclareceu também que enviou os apontamentos a seu pai, que acabou encaminhando o texto ao presidente Bolsonaro, seu amigo.
A convocação do auditor Alexandre Marques foi sugerida pelos senadores Humberto Costa (PT-PE) e Alessandro Vieira (Cidadania-SE).