A CPI da Covid quer apresentar o relatório final e encerrar os trabalhos em setembro. A informação é do relator da comissão, o deputado Renan Calheiros (MDB-AL). O colegiado estipulou como data final o dia 16 de setembro, acatando proposta do vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
O entendimento é que a investigação iniciada no final de abril já avançou na apuração sobre possíveis crimes cometidos pelo governo federal na condução da pandemia. Os senadores pretendem também acelerar o encerramento para não perder o "timing" e aproveitar a atenção atraída pela CPI. O temor é perder relevância se a comissão prosseguir até 5 de novembro, data limite para operar, segundo autorização do Senado.
Os parlamentares já vêm se encontrando com juristas para a produção do relatório final. Um dos pontos já antecipados pela comissão é a previsão de acusar o presidente Jair Bolsonaro pelos crimes de curandeirismo, charlatanismo, epidemia e publicidade enganosa no enfrentamento à pandemia. Somados, os crimes podem render pena superior a 18 anos.
As primeiras definições dizem respeito à defesa feita pelo presidente Bolsonaro, além de órgãos como o Ministério da Saúde, do tratamento precoce contra a covid-19. Os parlamentares entendem que o governo atuou de forma a enganar a população, propondo como uma das principais soluções para a doença o uso de remédios como a cloroquina, considerada ineficaz contra covid-19 pela comunidade científica internacional e órgãos como a OMS (Organização Mundial da Saúde), e que traz ainda riscos de efeitos colaterais.
No total, a CPI se dividiu em sete núcleos que podem render denúncias. Eles apuram especialmente:
- A compra da vacina Covaxin
- A atuação de outros intermediários que negociaram vacinas com o Ministério da Saúde, como os representantes da empresa Davati
- Denúncias de corrupção envolvendo a empresa de logística VTCLog
- Irregularidades em hospitais federais no Rio de Janeiro
- Negacionismo do governo, uso de aplicativo TrateCov e a crise de oxigênio em Manaus
- 'Fake news', com estímulo a remédios ineficazes em detrimento de vacinas
- Gastos com tratamento precoce