O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), afirmou no fim de semana que a partir desta segunda-feira (19) os senadores da comisssão começam a definir como será a segunda fase dos trabalhos de investigação, após o recesso parlamentar.
A CPI tinha marcada para amanhã a oitiva do líder do governo na Câmara, deputado federal Ricardo Barros (Progressista-PR). Com o recesso parlamentar, no entanto, os depoimentos ficam proibidos. O parlamentar, que vem insistindo para prestar esclarecimentos após ser envolvido numa suposta irregularidade no acordo para trazer ao país a vacina indiana Covaxin, deve ser um dos primeiros da lista a partir de 3 de agosto, quando os trabalhos serão retomados.
Não haverá depoentes nos próximos dias, mas serviço não faltará à comissão. Os senadores precisam focar na análise dos inúmeros documentos que não param de chegar.
Até sexta-feira (16), já haviam sido entregas 1.833 arquivos por órgãos federais, estaduais e municipais e empresas particulares que responderam aos requerimentos dos integrantes da CPI, quase todos com vários anexos e pastas. O peso total dos dados supera dois terabytes - numa conta simples, se cada página em pdf tem em médio entre 50 kb e 60 kb, pode-se dizer que há no mínimo 30 mil folhas arquivadas.
Para viabilizar a análise, os senadores decidiram no sábado (17) dividir os trabalhos em sete núcleos temáticos. São eles:
- Hospitais federais (possível ligação entre compra de vacinas e desvios de verba pública no Rio)
- Precisa Medicamentos (empresa que negociou a Covaxin com o governo);
- Empresas intermediárias que negociaram vacina com o Ministério da Saúde;
- Instituto Força Brasil (relacionado à negociação com a Davati por vacinas das AstraZeneca;
- VTCLog - União aceitou pagar 18 vezes mais por serviço ao Ministério da Saúde;
- Cloroquina (quem defendeu e teve benefícios com a defesa do medicamento ineficaz contra a covid-19)
- Negacionismo (propagação de posições anticientíficas e informações falsas sobre a pandemia).
A comissão, que encerraria seus trabalhos no início do próximo mês se não fosse prorrogada, retomará as atividades em 3 de agosto com o depoimento do reverendo Amilton Gomes de Paula, apontado como intermediário do contato entre a Davati e integrantes do Ministério da Saúde na negociação de doses que a empresa dizia ter da AstraZeneca.
Também estão na relação de futuros depoentes, com requerimentos já aprovados, o proprietário da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano, o coronel do Exército e ex-integrante do Ministério da Saúde Marcelo Blanco, além dos retornos do deputado federal Luís Miranda e do ex-ministro Eduardo Pazuello.
Mín. 22° Máx. 28°