O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta segunda-feira (19), em conversa com apoiadores, que não acredita que a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que torna o voto impresso seja aprovada pela Câmara dos Deputados. "Eu não acredito mais que passe na Câmara o voto impresso, tá? A gente faz o possível. Vamo ver como é que fica aí", disse.
A proposta é uma das bandeiras do presidente, que há anos aponta – sem apresentar nenhuma prova – fraudes nas urnas eletrônicas. Há pouco mais de uma semana, ele chegou a ofender o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) e presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Luís Roberto Barroso, e ameaçar as eleições caso o voto impresso não seja adotado no próximo pleito.
Também ao falar com apoiadores, na manhã desta segunda, ele baixou o tom. "Olha, eu entrego a faixa para qualquer um se eu disputar eleição...", disse. "Agora, participar dessa eleição com essa urna eletrônica...", completou, dando a entender que pode não concorrer à reeleição se não houver a mudança.
O voto impresso tramita na Câmara dos Deputados através da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 135/19. Diferentemente da ideia de Bolsonaro, o sistema instituído pelo texto, de autoria da deputada Bia Kicis (PSL-DF), é "híbrido", com a impressão do voto registrado na urna eletrônica.
Na semana passada, a comissão especial da Casa adiou a votação do parecer da proposta, após manobra de governistas para evitar a derrota iminente da PEC. A nova votação do parecer vai ocorrer no dia 5 de agosto, depois do recesso parlamentar. Com a aprovação ou reprovação do colegiado, a PEC irá em seguida ao Plenário da Câmara, para análise do seu texto principal.
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