O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, disse nesta terça-feira (20) que o governo não pode ficar de braços cruzados com a expulsão de brasileiros em Angola. Em maio, missionários da Igreja Universal do Reino de Deus foram deportados do país africano de forma ilegítima.
Mourão explicou que, durante viagem de três dias a Angola, onde participou da reunião da CPLT (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), ele se reuniu na sexta-feira passada com o presidente angolano João Lourenço e pediu a intermediação para resolver o conflito na igreja.
"Na orientação que eu recebi (do presidente Jair Bolsonaro) de maneira geral era para conversar também sobre esse assunto. Novente e nove brasileiros foram expulsos de Angola e isso não é uma coisa simples. Então a gente tem que conversar sempre à respeito. Imagine se 99 jornalistas fossem expulsos de um país. O governo aqui ia cruzar os braços? Não, então é a mesma coisa", afirmou o vice-presidente a jornalistas no final da tarde desta terça, em Brasília.
No último ano, bispos e pastores da Universal sofreram violência e ameaças em Angola. Em maio, integrantes da igreja foram expulsos em ações de perseguição religiosa e política, que violam tratados internacionais e os direitos humanos. Um grupo dissidente trabalha de maneira ilegal para assumir controle do patrimônio da igreja construído durante anos.
Mourão explicou que a questão está sendo negociada entre a embaixada brasileira e o Ministério das Relações Exteriores. "Por enquanto, não há nenhuma resposta a respeito disso. Não é questão de estar otimista. É uma questão apenas das partes sentarem e acertarem relação a patrimônio que existe lá, essas coisas que têm que ser levadas a bom termo dentro da metodologia que a boa diplomacia coloca", avalia.
O vice-presidente disse ainda que se reuniu nesta terça-feira com o presidente Jair Bolsonaro para apresentar o relatório sobre a viagem. "Apresentei relatório da Missão, da Reunião da CPLT, assim como as reuniões bilaterais que foram realizadas com Portugal, Angola, Cabo Verde, Guiné, com o representante do secretário-geral da ONU. Passei todos os dados ao presidente", informou Mourão.
Sobre críticas à missão de o país interceder no caso da expulsão em Angola, Mourão que a viagem foi bem sucedida em vários pontos e que o Brasil tem papelo de Nação capas de acolher necessidades de países da África. "Foram dois dias de intensos trabalhos. Melhorando os nossos laços econômico-comerciais, vendo as propostas. Tivemos uma conversa muito boa com Portugal, principalmente a respeito do acordo Mercosul-União Europeia."
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